A Ora-pro-nóbis (OPN), um cacto/trepadeira nativo do continente americano, é uma PANC (planta alimentícia não convencional) cujas folhas têm alto valor nutricional. Faz parte do grupo dos alimentos reguladores de funções biológicas e do equilíbrio ácido-básico - a manutenção do PH (a medida de acidez do organismo) na faixa ideal para o ótimo funcionamento das células.
Contém muita água, portanto, baixa densidade energética (poucas quilocalorias), e altos teores de nutrientes com propriedades multifuncionais: cada 100 g de folhas (uma quantidade fácil de ser consumida habitualmente) ultrapassa as necessidades diárias de adultos por ferro, cobre, zinco, manganês, magnésio, vitaminas A e C. Por isso, pode ser considerada antioxidante (rejuvenescedora), estimula o metabolismo, a fertilidade, a formação e regeneração do sangue, músculos e pele, o sono, o bom funcionamento da glândula tireoide, fortalece os sistemas imune, nervoso, cardiovascular, protege contra o câncer além de ser útil em dietas para emagrecimento.
Proteínas são os principais componentes estruturais e funcionais necessários para construção e manutenção dos nossos órgãos, tecidos e células. A OPN tem cerca de 34% de proteínas - em torno de 26 g em cada 100 g de folhas o que representa metade da necessidade proteica de um adulto por dia. Além da alta quantidade, são de alto valor biológico, ou seja, com todos os aminoácidos essenciais, tão eficientes para seres humanos quanto as oriundas dos alimentos de origem animal, com as vantagens da presença de fibras e ausência de gorduras saturadas, excessivas nas carnes, inclusive nas “magras”. O aminoácido mais abundante na OPN é o triptofano. Este se converte em serotonina, um neurotransmissor responsável pelo bom humor, pela regulação do ciclo circadiano (nosso relógio biológico), do sono, apetite e ameniza sintomas da TPM. Recomenda-se abrandar (aquecer levemente) as folhas para facilitar a digestão das proteínas e para reduzir o volume permitindo o consumo de boa quantidade por refeição (mais de 100 g de folhas).
Os altos teores de fibras insolúveis e solúveis aumentam o volume fecal, estimulam o peristaltismo (movimento) intestinal, aumentam a flora bacteriana (positiva) e produzem ácidos graxos de cadeia curta (substâncias anticancerígenas), auxiliam no controle de doenças como diabetes e hipercolesterolemia (colesterol alto), e proporcionam sensação de saciedade.
A vitamina C é antioxidante (rejuvenescedora), antialérgica, fortalecedora dos sistemas imune, respiratório e cardiovascular, participa da formação do colágeno, do tratamento de diabetes mellitus, favorece a absorção de ferro (prevenindo anemia), protege contra o câncer e aterosclerose (entupimento das artérias do coração por excesso de gorduras acumuladas).
Alfa e betacaroteno são pigmentos naturais que pode ser convertidos no organismo em vitamina A, protegendo as funções visuais, auxiliando a produção de muco, a regulação e modulação do sistema imune, o crescimento e a diferenciação celular – mecanismos protetores contra o câncer.
A luteína e zeaxantina são antioxidantes que protegem as células contra a ação dos radicais livres e também fortalecem as funções visuais.
Com textura suculenta e sabor discreto, as folhas podem ser consumidas cruas em saladas ou levemente refogadas como acompanhamento, como complemento de sopas e receio de tortas, salgados, etc. As flores, além de decorativas, também são comestíveis.
Tradicional na culinária mineira, mas, pouco explorada na “cidade grande”, a ora-pro-nóbis faz jus ao nome que em latim significa 'rogai por nós'. Amém sô.
REFERÊNCIAS
TAKETI et al. Nutritive evaluation of a non-conventional leafy
vegetable (Pereskia aculeata Miller). International Journal of Food Sciences and Nutrition, Ago 2009; 60(S1): 148_160. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19468927. Acesso em: 12 outubro 2015.
TAKEITI et al. Macarrão adicionado de ora-pro-nóbis. International Journal of Food Sciences and Nutrition, Ago 2009; 60(S1): 148_160. Disponível em: http://200.145.71.150/seer/index.php/alimentos/article/view/656/552. Acesso em: 12 outubro 2015.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução RDC no. 360, de 23 de dezembro de 2003. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 2003. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1c2998004bc50d62a671ffbc0f9d5b29/RDC_N_360_DE_23_DE_DEZEMBRO_DE_2003.pdf?MOD=AJPERES
Muito obrigado, produzimos aqui em Londrina-Pr.
ResponderExcluirOlá tudo bem, a quantidade de proteína é de 26gr a cada 100gr de folha? É isso mesmo?
ResponderExcluirGostaria de saber 100g de folhas são equivalentes quantas folhas ?
ResponderExcluirGostaria de saber a quantidade de cobre em 100 gramas.
ResponderExcluirEssa planta é boa para nódulos na tireóide ?
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